Artigo: Sem diálogo não há democracia. Festas juninas, pandemia e democracia

"O diálogo é o caminho seguro para estabelecimento da amizade entre as pessoas. Por isso, uma conversa não pode ser contaminada pelo dogmatismo fundamentalista que nada constrói em favor da humanidade"

Em todo o Brasil, novamente neste ano, a ameaça de novo surto da pandemia impedirá ao povo se reunir nas manifestações próprias das festas juninas. Apesar do cuidado com o distanciamento físico que a prevenção sanitária exige com razão, nada impedirá que as comunidades tradicionais, as de cultura rural e principalmente nordestina vivam o espírito de festa que é próprio deste tempo de junho.

O pensador italiano Francesco Alberoni descreve a amizade como a relação humana de padrão único e universal. Em sua obra, intitulada A amizade, ressalta as características incomparáveis da construção de vínculos amistosos entre as pessoas. Segundo afirma o citado pensador, amizade verdadeira é a relação humana que não visa a interesses pessoais, vantagens materiais, hierarquia do poder, nem qualquer outra versão de privilégio ou comportamento corruptivo. Em síntese, as pessoas não são amigas porque pensam igual, nem inimigas porque pensam diferente. Sua cordialidade decorre de princípios morais e éticos que aprendem a cultivar com a mais dedicada devoção.

À luz do que está exposto, torna-se evidente que o papel educativo dos meios de comunicação precisa ser exercido, com sabedoria, em favor de uma sociedade justa e serena. Um dos passos decisivos para as mudanças indispensáveis à reconstrução da convivência social saudável será abandonar o uso da inverdade como recurso ilusório e persuasivo que desmerece a mente alheia. A verdade é um sublime valor humano a prevalecer nas circunstâncias em que vivem as populações do planeta.

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Os autores analisam as percepções sobre a democracia brasileira com base nas informações sobre o apoio ao sistema político e seu funcionamento, opinião e valores sobre direitos individuais e cidadania, e a percepção sobre os problemas do país. O artigo utiliza os dados do ESEB 2002. Primeiro, Boulos alerta que o que ameaça a democracia não é a polarização, inerente a um país tão desigual e violento como o Brasil, mas o autoritarismo e a intolerância, que vem diretamente do bolsonarismo. Em seu artigo desta semana na Folha de S. Paulo, Guilherme Boulos criticou a tentativa incessante dos ideólogos da direita liberal de colocar a esquerda e o bolsonarismo como duas faces da mesma moeda. The authors analyse the perceptions about the Brazilian democracy, based on the information about the support to the political system and to its dynamics, the values and opinions about citizenship and individual rights, and the perception about the country problems.

A união pacífica de diferentes ideias reflexivas é um dos valiosos componentes da fonte de energia humana que mantém a sociedade íntegra, dinâmica, igualitária, inovadora e não comprometida com atos destinados a subjugar as populações.
No que se refere à governança global, chamam a atenção as observações convergentes de Pequim e da liderança Talibã em relação ao direito de decidir sobre normas nacionais e o foco na estabilidade como o principal objetivo de um governo. Estamos longe dos arroubos liberais dos anos 1990 sobre democracia e direitos humanos e mais longe ainda da lógica do intervencionismo humanitário. A questão que se destaca é sobre onde e até que ponto o Estado é de fato soberano. Nesse aspecto, a posição chinesa parece vencedora ao delinear que os temas que podem ser governados no âmbito global são limitados e excluem o debate sobre a natureza de regimes políticos, direitos individuais ou coletivos. Essas festas têm origens pré-cristãs como festas para as mudanças de estação. Na Bolívia, Peru e Equador, os índios festejam o ano novo andino.

"O diálogo é o caminho seguro para estabelecimento da amizade entre as pessoas. Por isso, uma conversa não pode ser contaminada pelo dogmatismo fundamentalista que nada constrói em favor da humanidade"

É urgente ensaiar uma sociedade nova na qual todos e todas sejam protagonistas. Mesmo se, nestes dias, não podemos nos reunir para as festas juninas tradicionais, vamos prepara-las no coração e vamos ensaiá-las nos articulando virtualmente e de todos os modos possíveis para restabelecermos uma sociedade do cuidado comunitário. Para quem tem fé se trata de sinalizar aquilo que os evangelhos chamam de reinado de Deus. Do seu modo e em sua linguagem lúdica, as festas juninas traduzem uma palavra que os evangelhos atribuem a São João Batista: "Mudem de vida porque o projeto de Deus no mundo está próximo!" (Mt 3, 2). Violência: Sobe para 20 o número de mortos durante remoção de civis no Afeganistão, e Talibã culpa EUA Vai se delineando, como em outras partes do planeta, uma linha divisória mais clara entre as zonas de influência de Washington e Pequim, e nesse caso marcadas por uma história de conflitos, em particular entre a Índia e o Paquistão e a Índia e a própria China. A aproximação entre o governo chinês e a liderança talibã, que vem desde 2013 e se intensificou com a retirada americana do Afeganistão, tem implicações para a geopolítica regional e para os mecanismos de governança globais.

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Os projetos de transformação social do Afeganistão, que embora falhos e sem enraizamento, caracterizaram a presença da Otan e de organizações não governamentais no país desde 2001, tendem a ser substituídos pelo modelo chinês, que envolve investimento em infraestrutura, endividamento e exploração de matéria prima. Acompanhando essa mudança no continente asiático, o debate sobre as obrigações normativas dos governos nacionais torna-se ainda mais rarefeito no campo dos direitos humanos e da democracia. Em seguida Boulos, compara os posicionamentos e atitudes de Bolsonaro com os da esquerda brasileira. Não há como comparar as ameaças feitas por Bolsonaro de destituir ministros do Supremo e de fechar o Congresso com posições críticas da esquerda à judicialização da política e ao sistema viciado de governabilidade. Não existe comparação entre quem agride e humilha jornalistas diariamente e aqueles que questionam a parcialidade de órgãos de imprensa. A esquerda brasileira nunca ameaçou cancelar as eleições nem promoveu desfile de tanques na Esplanada dos Ministérios, enumera. O fato de tomar como santos da Igreja Católica, como Santo Antônio, São João Batista e São Pedro como padroeiros dessas festas juninas se vincula aos tempos em que tudo era religioso.

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No Brasil, o povo faz festas com brincadeiras caipiras, quadrilhas e comidas típicas de cada região. As danças juninas mais comuns vieram das cortes da Europa. Quadrilhas eram danças da nobreza europeia nos tempos da colonização. O povo se apropriou delas e as democratizou. Atualmente, nos chamados "casamentos caipiras", figuras como a do padre e do juiz da roça são caricaturados. Assim, pessoas pobres que não têm voz na sociedade expressam sua crítica social e seu protesto. Em outros momentos históricos, a polarização na sociedade não pode colocar um sinal de igual entre os extremos. A existência da polarização política não significa equivalência entre as partes. Allende e Pinochet não eram duas faces da mesma moeda. Nem Hitler e o KPD. Nem Mussolini e Antonio Gramsci. De um lado está o autoritarismo, a tortura e a desumanidade. De outro, a democracia, a defesa da justiça social e o respeito à diversidade, lembrou Boulos.

Revela resistência cultural e liga esses santos à realidade dos pobres de hoje. O fato de a política brasileira dos dias atuais estar conflagrada, ameaçando a democracia, não se deve, stricto sensu, à polarização, e sim ao autoritarismo e à intolerância. Nesse ponto, não há sinal de equivalência possível. As responsabilidades são claras e vêm de um único extremo, que é o bolsonarismo Para as culturas tradicionais, tanto dos povos indígenas, como das populações do campo e do sertão, junho representa o tempo da colheita. Ainda há povos indígenas, para os quais esses festejos comemoram o início do ano novo. Até hoje os Guarani Mbyá chamam este tempo de Ara Pyaú (Tempo Novo). No Nordeste é a colheita do milho. No Sul é o batismo da erva mate, o kaa nheemongaraí, cujas projeções sobre o ano novo são interpretadas pelo Xeramoi (pajé). Mesmo a pandemia não pode nos impedir de viver um tempo novo de participação popular nos destinos do país. A Amazônia, a proteção da mata, dos rios e, no Brasil, todo o ambiente natural nunca foram tão agredidos e ameaçados de destruição. É também urgente restabelecer a dignidade da política, colocada a serviço do Bem Comum.

Este é um diálogo com o MES/PSOL, após a divergência sobre a urna de Chapecó/SC do Congresso do PSOL. Devemos decidir se vale tudo na luta política. O fato de a política brasileira dos dias atuais estar conflagrada, ameaçando a democracia, não se deve, stricto sensu, à polarização, e sim ao autoritarismo e à intolerância. Nesse ponto, não há sinal de equivalência possível. As responsabilidades são claras e vêm de um único extremo, que é o bolsonarismo, completa. A aliança entre Pequim e Islamabad é uma característica estruturante da geopolítica regional. A construção de estradas entre Peshawar e Cabul ou em Wakhan na região de fronteira entre o Afeganistão e a província chinesa de Xinjiang é parte crucial de uma visão da geopolítica regional e do projeto Cinturão e Rota, a nova rota da seda. Ainda existe, claro, um enigma acerca do grau de sucesso de um governo do Talibã e há o risco de renovação da guerra civil. Os chineses e os demais atores na região sabem disso. O texto reflete a opinião pessoal do autor, não necessariamente do Dom Total. O autor assume integral e exclusivamente responsabilidade pela sua opinião.

Impõe-se lhes a rejeição da convivialidade fraterna por se tratar de virtude relacional que nada tem a ver com o dogmatismo grupal de facções que prosperam a olhos vistos.

O diálogo é um dos valiosos marcos da história da humanidade. Foi surgindo progressivamente como comunicação social indispensável ao compartilhamento de opiniões conscientes, ideias substanciais e visões construtivas. Configura-se como a livre conversação estabelecida espontaneamente. Trata-se, na verdade, de uma interlocução lúcida, fraterna, respeitosa, acolhedora, produtiva e baseada na alteridade dos cidadãos. É injustificável qualquer tentativa de desconstruir essa prática sagrada da espécie humana, dotada do elevado potencial de solidariedade que inspira a cultura de uma convivência interativa, a ser estimulada e não desintegrada como vem acontecendo nos últimos tempos. O tempero insubstituível que lhe dará plena consistência é a educação.

Além do mais, o diálogo é o caminho seguro para estabelecimento da amizade entre as pessoas. Por isso, uma conversa não pode ser contaminada pelo dogmatismo fundamentalista que nada constrói em favor da humanidade.

The data come from 2002 Brazilian Electoral Study. A Índia, aliada estratégica dos EUA, encontrará maior dificuldade em avançar sua política para o Afeganistão, onde desde 2001 busca investir em ajuda, educação e infraestrutura. Em 2015, o premier Narendra Modi foi a Cabul inaugurar o prédio do Parlamento presenteado pela Índia. Por outro lado, a aliança indo-americana, forte no campo da defesa, tende a se fortalecer. A relação íntima entre partes do aparato de Estado paquistanês e o Talibã, a porosidade da fronteira entre Afeganistão e Paquistão onde a identidade pachto é muitas vezes mais relevante do que a nacionalidade e o nexo entre o apoio dado por Islamabad ao Talibã e o tradicional conflito entre Paquistão e Índia já indicam a natureza regional dos acontecimentos recentes. Mesmo se, neste ano, não será possível reunir as comunidades em torno das fogueiras ou nas danças juninas, o espírito dessas festas pede que as pessoas e comunidades possam ir além da criatividade com a qual ensaiam uma dança de quadrilha ou encenação caipira.

Comunidades amigáveis são insubstituíveis no contexto existencial da espécie Homo sapiens.

Em conclusão, é importante reiterar que ações educativas estão na gênese das virtudes da humanidade, sem as quais o imediatismo contribuirá para a extinção da espécie. A educação deve ser reconhecida como requisito insubstituível para uma sociedade verdadeiramente democrática. Portanto, há de ser projetada, prioritariamente, como base sólida do diálogo saudável entre as pessoas. Sem diálogo, não há democracia.




Sem educação, não há respeito. Sem respeito, não há diálogo. Sem diálogo, não há relação humana. Uma sociedade democrática somente existirá se construída em sintonia com todos esses requisitos primordiais. Com efeito, a educação é a única base sólida e inabalável capaz de assegurar a construção de ambiente social justo, equilibrado e fraterno. Do contrário, a convivência humana dignificante passa a ser substituída pela selvageria animalesca.

Uma das provas incontestáveis da validade de tais argumentos é a degradante situação em que vivem as gerações atuais de vários países do planeta, entre os quais o Brasil.

É onde não se pratica um diálogo sereno e equilibrado como hábito essencial à construção de uma convergência de pensamentos diversos em favor do humanismo civilizatório.

O respeito ao próximo vai sendo deteriorado pelo fundamentalismo radical que divide a sociedade em numerosas facções. As divergências deixam de ser entendidas como expressão natural do livre pensar. São refutadas com descabida ênfase além de indisfarçável agressividade. Os conceitos e preconceitos ideológicos convertem-se nos dogmas que passam a desfazer a postura dialogal inerente ao espírito humano. O recanto mental das pessoas pode ser poluído pelo radicalismo difundido em quase todos os veículos de comunicação. Os seres ingênuos são assim manobrados.

[SAIBAMAIS]Uma grave consequência dessa lamentável crise é o desaparecimento da interação altruísta entre os habitantes da sociedade.

Novamente, neste ano, movimentos sociais e muita gente do povo, em geral, têm se manifestado nas ruas ou ao bater panelas pela democracia e em defesa da Vida. De certa forma, toda manifestação popular e até o modo cuidadoso como em tempos normais as comunidades ensaiam e organizam os festejos juninos já constituem um verdadeiro ensaio de democracia.
A geopolítica regional é marcada por um crescente controle chinês e sua institucionalização. Em 2016, foi assinado um acordo de cooperação de segurança entre China, Tadjiquistão, Afeganistão e Paquistão visando controlar o fluxo de atores não estatais. A Organização de Cooperação de Xangai expressa a preponderância chinesa na Ásia Central, facilitada pela crescente cooperação russo-chinesa.

Source: https://domtotal.com

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